Vida de Celebridade

Se alguém aí tem curiosidade em saber como é a vida das celebridades com o assédio dos fãs então é só vir para a China!

Os estrangeiros aqui são quase celebridades. Eu que nem tenho cara de gringa e nem nada sou encarada em todos os lugares.  Estou no metrô e as pessoas ficam olhando, tirando fotos (eles até disfarçam mas a gente vê que estão fotografando a gente).

Claro que em Shanghai isso não acontece tanto porque é uma cidade com muitos estrangeiros, então quem é daqui já não dá muita bola, mas mesmo assim, sempre ganho elogios. Acho que nunca fui tão bonita como aqui na China. Como sou elogiada por aqui!!! E não estou falando de homens apenas, a maioria dos elogios vem de mulheres, senhoras, crianças. Isso é porque eles adoram os meus olhos grandes hahaahaha!!!

Mesmo sem conseguir falar em inglês, elas apontam para os meus olhos e fazem sinal de ok, alguns só falam “you beautiful”, “big eyes”, “beautiful eyes”. Também sempre comentam muito do meu cabelo. Mas até  aí tudo bem. São elogios apenas mas as fotos é que me fazem sentir uma celebridade. Quando vou em algum lugar turístico os chineses que estão lá não são de Shanghai, então eles realmente ficam maravilhados e fazem até fila para tirar foto comigo. Alguns tem coragem de pedir para tirar uma foto comigo, eu nunca me importo e poso para a foto bem sorridente e feliz com os meus cinco minutos de fama, então logo outras pessoas que estão por perto aproveitam e querem foto também. Não estou exagerando quando digo que fazem fila para foto.

É super engraçado ver as pessoas empurrando as crianças para me dar oi e tirar foto comigo. Elas nem querem, mas o pais ou avós insistem como se eu realmente fosse alguém muito importante. Eu acho legal até, mas eu não gosto das pessoas que não pedem para tirar foto comigo mas ficam me fotografando, parecem papparazzi.

Uma das maiores invenções: o metrô

A coisa que mais sinto saudades de Londres é a voz do metrô, já falei isso várias vezes. Amo o metrô de Londres porque é organizado, limpo, fácil de entender. Para mim ainda é o melhor metrô que já usei, embora alguns reclamem de não ter ar condicionado. Mas o metrô em Xangai é muito bom também e tem ar condicionado, porque o calor no verão em Xangai é quase insuportável. O nome das estações estão escritas em chinês e em inglês e o anúncio do metrô quando está prestes a parar na próxima estação também é nas duas línguas.

Aparece na tela quanto tempo para chegar o próximo trem.

Não consegui achar dados atualizadas na internet, mas as últimas informações de 2014 diziam o seguinte:

No início deste ano a cidade chinesa de Xangai atingiu a impressionante marca dos 500 quilômetros de linhas subterrâneas de transporte coletivo. O metrô da cidade, com pouco mais de vinte anos de existência, transporta diariamente cerca de 7 milhões de passageiros.
A abertura das linhas 12 e 16 será seguida por outros 230 quilômetros nos próximos anos, extensão superior a toda a linha de metrô de Paris.
Enquanto Xangai atinge esta semana 567 quilômetros de trilhos em operações, Londres tem 400 quilômetros, e Nova Iorque, 337 quilômetros. Já o metrô de São Paulo, maior rede do Brasil, tem apenas 74 quilômetros de extensão.

Aqui se vai para qualquer lugar usando o metrô, adoro isso! Carro é quase dispensável, mas acho que o metrô fecha muito cedo para uma cidade como Xangai, 23h. Então para sair à noite só de carro ou taxi mesmo. O valor da passagem depende do percurso, mas geralmente pago 3 ou 4 RMB (uns 2 reais). Já perdi o último metrô por 2 minutos e gastei 50 RMB de taxi nessa brincadeira. Depois dessa já tive que correr mesmo pela rua feito louca para conseguir pegar o último.

Depois da corridinha básica, conseguimos pegar o último metrô!

Cada estação é bem diferente da outra, cada linha é diferente da outra. Muitas estações tem portas de vidro para segurança.

Muitas estações são quase uma cidade subterrânea. Adoro as várias lojas e restaurantes que tem dentro das estações. Isso eu nunca vi em outras cidades.

Eles tentam organizar a entrada e saída usando setas no chão mas ninguém respeita, as pessoas vão entrando e as vezes a gente nem consegue sair. Assim eles fazem nos elevadores também. Acho que nunca aprenderam na escola que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.

E na hora do Rush é assim:

Street Fashion

É um post para mostrar um pouco da moda na China, quer dizer, em Xangai.
Não vou comentar se é bonito ou feio porque gosto cada um tem o seu, mas as fotos que tirei foram de um padrão comum por aqui.
As meninas usam muito tênis branco, calças pretas curtas e largas, as bolsas tipo mochila, blusas ou casacos bem compridos, tem pessoas que usam twin sets (parte de cima e de baixo combinando), os sapatos são sempre bem brilhantes, e o que eu acho bem engraçado é que muita gente usa pijama na rua, principalmente no inverno.

Encontrei um chinês com a camiseta do Brasil!

Os números chineses e uma lição para a vida!

Como todos podem imaginar, a comunicação foi a parte mais difícil logo que cheguei na China. E ainda é!

Eu sempre achei que números seriam sempre uma linguagem universal, pelo menos quando mostrando os dedos para indicar o número de coisas que você quer comprar ou para se referir ao horário, sei lá. Mas estranhamente eu conseguia fazer as pessoas entenderem que eu queria perguntar a que horas a loja fechava (com muitos gestos é claro), mas o horário era a parte que a gente não conseguia se entender, exatamente os números estavam sendo o problema.

Eu notava que sempre que eu mostrava meus dedos para confirmar o preço de alguma coisa, horário ou quantidades as pessoas não me entendiam. Eu achava ridículo! Como assim????? É só contar o número de dedos meu Deus!!!!! Que gente burra!!!!!

Quando comecei a trabalhar e a conviver diariamente e mais de perto com chineses aprendi muitas coisas sobre a cultura deles, aprendi muitas palavras novas e aprendi a falar os números em chinês. Meus alunos adoram me ensinar a falar chinês e dão risada quando falo muito errado e vibram quando eu consigo falar as palavras.

Não só aprendi a dizer os números, mas aprendi também que eles usam os dedos de uma forma diferente para contar. Do 1 ao 5 é igual, mas do 6 ao 10 é bem diferente. Sempre usando uma mão só.

 

Falei com a minha amiga que também parecia irritada com o fato de ninguém entender quando fazíamos um número 6 com os dedos, por exemplo. A reação dela foi, "mas para quê isso? É mais difícil do que só colocar o número de dedos."

Eu disse que entendia, porque na verdade é bem mais fácil poder contar números maiores usando apenas uma mão, mas ainda me intrigava que eles não entendessem a minha forma, já que era só contar o número de dedos mesmo.

Foi depois de mais um tempo que tudo ficou muito claro para mim. Como eles usam apenas uma mão para indicar os números até 10, então eles conseguem mostrar números até 99 usando as duas mãos. Sendo assim, quando eu mostrava um seis usando uma mão cheia e mais um dedo, para eles seria 15 ou 51, quando mostrava um nove seria como 54 ou 45.

O dia que descobri isso me senti tão ignorante por jamais ter parado para pensar que a perspectiva deles poderia ser completamente outra, mas eu estava presa à minha forma de enxergar as coisas. E assim somos com tudo e com todos. Não conseguimos entender outras pessoas por pensarem diferente ou ter opiniões diferentes, porque não conseguimos deixar de pensar nas coisas sob a nossa perspectiva.

Isso me fez lembrar do meu professor de história, que na primeira aula já dizia: "Para vocês entenderem história vocês tem que pensar com a cabeça de uma pessoa vivendo naquela época. Se pensarmos com a nossa cabeça de hoje, nada vai fazer sentido."

Só por essa lição, toda a minha experiência na China já teria valido a pena. 

Não é uma tarefa fácil, mas que a gente consiga se desvincular do nosso modo de ver as coisas quando quisermos entender de verdade alguém ou uma cultura diferente.

E termino o post de hoje com uma imagem que tem circulado muito ultimamente e expressa exatamente tudo que quis dizer. "Só porque você está certo não quer dizer que eu estou errado!"

Me aventurando pela China

A viagem para Xi'an prometia ser a mais aventureira até agora. Ir e voltar praticamente no mesmo dia, dormir em trem, estar sozinha no interior da China, onde tudo é bem mais chinês que em Xangai ou Beijing, se é que entendem o que eu quero dizer.

16:30 partiu estação de trem porque deixei para retirar a passagem no dia, então me recomendaram 2h de antecedência. Já cheguei só com 1:30 de antecedência porque achei 2h exagero e de fato estava tranquilo. Fiquei pouco tempo na fila para retirar a passagem, mas quando chegou a hora a atendente pediu o número de retirada da compra pela internet. E agora? Eu não sabia de número nenhum, até porque foi a minha professora de Mandarim que comprou para mim, e ela não enviou nada. Bateu aquele desesperinho e a culpa: "Viu? Sempre deixa para a última hora dá nisso!"

Mas eu disse para mim mesma: "Fica calma que vai dar tudo certo, como sempre!" Graças a Deus em Xangai tenho 4G e pude ligar no Wechat (aqui não se usa What's app) para a minha professora que enviou o tal número na hora. Tudo certo! Ufa!

Passagem na mão e eu sem saber onde era o embarque, plataforma, nada. Tudo em Chinês. Mas como sempre a gente vai se virando e consegue se achar.

Passagem para Xian e tudo em Chinês, é claro

 

Shanghai Railway Station

Primeira vez que durmo em trem. Estava achando legal, mas só de pensar que ia dormir no mesmo dormitório ou cabine com outros 5 chineses já comecei a não gostar muito da brincadeira.

São dois beliches triplos e fiquei na cama de baixo. Primeiro achei bom mas logo vi o problema.

 

Trem na China

Os beliches

Feliz na minha cama no trem, sem imaginar as coisas que me aguardavam nessa viagem

Um rapaz sentou na mesinha bem de frente para a minha cama e, apesar de tentar disfarçar, eu vi que tirou foto minha deitada na cama e depois estava falando com alguém em um chat rindo. Me deu muita raiva! Sabe-se  lá para quem ele mandou a minha foto e o que estava falando. Então privacidade zero ficar na cama de baixo. 

 

Eu da minha cama fotografando o cara que estava me fotografando

Depois chegou uma chinesa que era da cama de cima e como é ruim de ficar subindo ela sentava na minha cama. Estava de saco cheio da chinesada e a viagem mal tinha começado. Próxima parada entra uma mulher com uma criança de uns 4 anos e um bebê. Onde será que ela ficou? Na cama ao lado da minha, claro! A noite toda a criança incomodando e o bebê chorando.

Noite super mal dormida mas 9:30 da manhã chego no meu destino, finalmente. Dia lindo de muito calor, como sempre no verão chinês. 

Bom, aqui não é Xangai então se lá 2% conseguiriam falar inglês para te ajudar aqui esquece. Mas eu já tinha pesquisado e sabia que ônibus pegar ali na estação mesmo. Coisa boa que o ônibus foi super fácil de achar, barato e ainda tinha guia dentro do ônibus explicando sobre o local que iríamos visitar. Não percam a explicação se quiserem saber o que são esses Guerreiros de Xian que eu tanto queria ver.

Fui até o local tão desejado para ver o Exército de Terracota. Abre a porta do ônibus para descermos e começa uma gritaria, gente vendendo tudo. Água, milho, frutas, sei lá mais o que. Mas parecia mais um ataque terrorista ao ônibus. Fiquei com muita pena de não ter filmado essa cena para postar aqui.

Segui a caminhada e lá está cheio de guias oferecendo para te levar e explicar tudo. Como a explicação do ônibus não resolveu muito, decidi pagar a guia. Fui com uma guia mais porque finalmente tinha alguém para falar inglês, perguntar alguma coisa, queria comer alguma coisa típica de Xi'an por exemplo, então ela saberia me ajudar.

O Exército de Terracota ou os Guerreiros de Xi'an é uma descoberta arqueológica um tanto recente. Se trata de uma coleção de esculturas de terracota (terra assada) representando os exércitos do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang. Essa arte funerária foi enterrada com o imperador em 210-209 a.C. e tinha como finalidade protegê-lo em sua vida após a morte. As esculturas foram descobertas em 1974 por agricultores locais que estavam escavando um poço. As peças foram encontradas em pedaços, à exceção de um soldado que estava intacto. E como um grande quebra-cabeça. Segundo a minha guia, leva 2 anos para conseguir reconstituir cada escultura.

Como as esculturas foram encontradas

Os pedaços das esculturas

O único que foi encontrado inteiro

Peças sendo reconstituídas

Peças sendo reconstituídas

O Exército de Terracota ou Os Guerreiros de Xian

O Exército de Terracota ou Os Guerreiros de Xian

O Exército de Terracota ou Os Guerreiros de Xian

O Exército de Terracota ou Os Guerreiros de Xian

O Exército de Terracota ou Os Guerreiros de Xian

O Exército de Terracota ou Os Guerreiros de Xian

 

Vi tudo que queria ver dai fui para um restaurante comer o famoso Biàng Biàng Miàn de Xi'an. Não gostei muito, mas ruim não era.

E agora o meu trem era as 23:30, o que fazer até lá Meu Deus! Dei mais uma volta, olhei lojinhas e souvenirs e fui para a estação. Cheguei lá às 17h, só umas 6h antes :( 

Não sabia que depois que entrasse não teria como sair e que lá dentro não tinha nada para comer. Imagina a situação. Meu celular desde o dia anterior sem ser carregado, nem sei como estava vivo ainda, mas só tinha mais 3% de bateria. Queria ouvir música, passar o tempo na internet, mas não dava. Levei um livro, mas eu estava cansada, comecei a ter dor de cabeça. Pelo menos achei um lugar para sentar. A estação de trem é bem limpinha e organizada, como tudo na China (isso foi uma piada para quem não sabe). A estação parecia a rodoviária de Porto Alegre só que pior porque estava cheia de chineses ao invés de Gaúchos hahaha!!!!

O lugar que consegui para sentar era perto de uma lata de lixo, então a cada 5 minutos vinha um escarrar e cuspir dentro. Um dos hábitos mais detestáveis aqui da China. Venho tentando capturar um vídeo desse exato momento para botar no meu blog mas é impossível prever a hora que alguém resolve escarrar do meu lado. Então aqui estava perfeito, era só ficar com a câmera preparada, mas estava sem bateria.  

Tentar dormir no banco não é tarefa difícil para mim normalmente, mas aqui é, porque as pessoas gritam demais!!! Então comecei a me distrair observando as pessoas e o que acontecia na minha volta. Do nada aparece uma tia com um baldinho jogando água no chão, e tipo, como se ninguém estivesse ali. O pessoal só ia tirando o pé para não se molhar. Dai aAparece a outra com a vassoura para limpar o chão. Achei diferente o sistema porque era um vassourão e ela ia empurrando um monte de areia junto. Não sei se era para secar. Depois ela ia passando com a tal areia bem nos pés dos que estavam sentados. Terminada a limpeza a tia joga a vassoura no chão senta em cima e dorme ali, sentada na vassoura, no meio da estação. Me diverti olhando!

A tia da limpeza dormindo sentada na vassoura

Olho o relógio, puxa, ainda faltam 4 horas. Tenho que fazer alguma coisa. Peguei meu caderninho e comecei a escrever o diário de viagem. 

Outra mania que odeio dos chineses, eles ficam lendo ou olhando as tuas coisas na maior, acho que não é um problema para eles. Porque eu olho bem para a cara da pessoa para ver se a criatura se dá conta e para, mas eles continuam olhando numa boa. E assim foi enquanto eu escrevia meu diário de viagem.

Mas segui escrevendo porque tinha certeza que o cara não estaria entendendo nada mesmo.

Dali uns minutos ele começou a falar comigo. Em chinês, claro. Usei todo o chinês que tenho para dizer que não estava entendendo nada e que não falava chinês. Foi quando ele decidiu tentar um inglês e perguntou de onde eu era, eu respondi, dai ele continuou falando chinês e eu continuei dizendo que não entendia. E voltava a escrever para ver se ele se tocava de me deixar em paz.

Então o rapaz sentado do meu outro lado começou a falar também. No começo estava meio irritada, depois fui me divertindo com a mistura de inglês e chinês que rolou ali, e eu me virando um pouco no chinês e aprendendo algumas coisas com eles. Depois chegou mais um que sabia falar inglês mesmo, e conseguimos conversar.Ele traduzia tudo para o outro entender o que eu dizia. De repente as pessoas que estavam sentadas nos bancos de costas para a gente se viraram e começaram a conversar também e perguntar coisas. O que eles sempre dizem é que meus olhos são lindos (claro, bem grandes rsrsrs) e perguntam a minha idade. Sempre acham que tenho 20 e poucos. Dai eles ficam chocados quando digo 32. Pedi para me ensinarem a dizer as horas em chinês, aprendi mais ou menos. E todos partiam mas ainda não estava na hora do meu trem.

 

Meus amigos chineses da estação de trem

Quando olhei o relógio já faltava só uma hora. O tempo voou e eu me diverti e pratiquei um pouco de chinês. Sempre gosto dessa parte nas viagens: conhecer pessoas! Em cada viagem que faço aparece alguém para fazer amizade, companhia ou para me ajudar.

Hora de partir finalmente!!!

Entro no trem procuro a minha cama, que é a do meio dessa vez, e aí começa o drama da noite para mim. Sempre tem né?

A cama estava usada pela pessoa anterior e assim ficou. Eu deveria dormir no mesmo travesseiro, lençol e edredom que outro chinês que tinha acabado de sair?!

Aí fiquei mal! Eu fiquei parada olhando para a cama sem acreditar naquilo. Até que um rapaz veio falar comigo. Falava inglês por milagre!!!

Ele disse que era assim mesmo. Normal na China o trem ser assim. Eu disse que achava isso nojento e inaceitável. Como entrar no quarto de um hotel e estar tudo do jeito que a pessoa anterior deixou.

Continuei parada em pé olhando para a cama e pensando no que eu ia fazer. Ele disse: tu vai ter que deitar. São 16h de viagem. Não tem jeito! 

Então eu comecei a chorar. Eu realmente estava com nojo daquilo. Não ia poder dormir direito!

O que aconteceu depois? Ele ofereceu a cama dele, que era a última e estava nova. Sempre sou salva por esses anjos que cruzam meu caminho durante as viagens.

Tive que aprender como sobe nesses beliches do trem

Dormi como um anjo e acordei as 8:30 da manhã me sentindo nova. Não me pergunta como eu não estava com fome até aquela hora ainda. Tinha que esperar mais 5h para chegar em Xangai, fui obrigada a catar uma tomada para carregar meu celular e tentar me distrair um pouco para o tempo passar. Consegui! Terminei de escrever o meu diário de viagem para postar no Blog mas o trem atrasou 1h30 ainda. A ideia era chegar em casa, largar a mochila, tomar um banho rápido (dois dias viajando no calor escaldante do verão chinês, tava feia a situação!!!), comer e ir correndo para o trabalho, sim tinha que trabalhar nesse dia. Mas não deu! Tive que literalmente correr para chegar no trabalho a tempo. Com a roupa que estava, sem banho, sem comer. E trabalhei até as 21h bem feliz com a criançada porque afinal de contas, mesmo cansada e sem banho a gente tem que divar sempre!!!!