quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Street Fashion

É um post para mostrar um pouco da moda na China, quer dizer, em Xangai.
Não vou comentar se é bonito ou feio porque gosto cada um tem o seu, mas as fotos que tirei foram de um padrão comum por aqui.
As meninas usam muito tênis branco, calças pretas curtas e largas, as bolsas tipo mochila, blusas ou casacos bem compridos, tem pessoas que usam twin sets (parte de cima e de baixo combinando), os sapatos são sempre bem brilhantes, e o que eu acho bem engraçado é que muita gente usa pijama na rua, principalmente no inverno.


































Encontrei um chinês com a camiseta do Brasil!



















quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Os números chineses e uma lição para a vida!

Como todos podem imaginar, a comunicação foi a parte mais difícil logo que cheguei na China. E ainda é!
Eu sempre achei que números seriam sempre uma linguagem universal, pelo menos quando mostrando os dedos para indicar o número de coisas que você quer comprar ou para se referir ao horário, sei lá. Mas estranhamente eu conseguia fazer as pessoas entenderem que eu queria perguntar a que horas a loja fechava (com muitos gestos é claro), mas o horário era a parte que a gente não conseguia se entender, exatamente os números estavam sendo o problema.
Eu notava que sempre que eu mostrava meus dedos para confirmar o preço de alguma coisa, horário ou quantidades as pessoas não me entendiam. Eu achava ridículo! Como assim????? É só contar o número de dedos meu Deus!!!!! Que gente burra!!!!!

Quando comecei a trabalhar e a conviver diariamente e mais de perto com chineses aprendi muitas coisas sobre a cultura deles, aprendi muitas palavras novas e aprendi a falar os números em chinês. Meus alunos adoram me ensinar a falar chinês e dão risada quando falo muito errado e vibram quando eu consigo falar as palavras.




Não só aprendi a dizer os números, mas aprendi também que eles usam os dedos de uma forma diferente para contar. Do 1 ao 5 é igual, mas do 6 ao 10 é bem diferente. Sempre usando uma mão só.


Falei com a minha amiga que também parecia irritada com o fato de ninguém entender quando fazíamos um número 6 com os dedos, por exemplo. A reação dela foi, "mas para quê isso? É mais difícil do que só colocar o número de dedos."
Eu disse que entendia, porque na verdade é bem mais fácil poder contar números maiores usando apenas uma mão, mas ainda me intrigava que eles não entendessem a minha forma, já que era só contar o número de dedos mesmo.

Foi depois de mais um tempo que tudo ficou muito claro para mim. Como eles usam apenas uma mão para indicar os números até 10, então eles conseguem mostrar números até 99 usando as duas mãos. Sendo assim, quando eu mostrava um seis usando uma mão cheia e mais um dedo, para eles seria 15 ou 51, quando mostrava um nove seria como 54 ou 45.

O dia que descobri isso me senti tão ignorante por jamais ter parado para pensar que a perspectiva deles poderia ser completamente outra, mas eu estava presa à minha forma de enxergar as coisas. E assim somos com tudo e com todos. Não conseguimos entender outras pessoas por pensarem diferente ou ter opiniões diferentes, porque não conseguimos deixar de pensar nas coisas sob a nossa perspectiva.

Isso me fez lembrar do meu professor de história, que na primeira aula já dizia: "Para vocês entenderem história vocês tem que pensar com a cabeça de uma pessoa vivendo naquela época. Se pensarmos com a nossa cabeça de hoje, nada vai fazer sentido."

Só por essa lição, toda a minha experiência na China já teria valido a pena. 
Não é uma tarefa fácil, mas que a gente consiga se desvincular do nosso modo de ver as coisas quando quisermos entender de verdade alguém ou uma cultura diferente.

E termino o post de hoje com uma imagem que tem circulado muito ultimamente e expressa exatamente tudo que quis dizer. "Só porque você está certo não quer dizer que eu estou errado!"